
“me vejo de bruços fecho meus olhos não os
azuis os outros atrás e me vejo de bruços a boca abre a língua sai rola na lama
e não é o caso de sede também não é o caso de morrer de sede também todo esse
tempo vasta extensão de tempo
vida na luz primeira imagem uma criatura ou
outra eu o observava do meu jeito à distância com minha luneta de viés em
espelhos pelas janelas à noite primeira imagem
dizendo a mim mesmo ele está melhor do que estava
melhor que ontem menos feio menos burro menos cruel menos sujo menos velho menos
desgraçado e você dizendo a mim mesmo e você de mal a pior mal a pior inabalavelmente”
in Como é, Samuel Beckett, Iluminuras, SP,
2003.
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