
“Depois Entrava o menino Com seu pé de vento
E a casa ventava Os quartos cantavam E tudo se enchia de som e alegria.
E a cozinheira dizia: “chegou o
maluquinho”.
Um dia, num fim de ano O menino maluquinho Chegou em casa com uma bomba:
“Mamãe, tou aí com uma bomba!” - “Meu neto é um subversivo!” gritou o avô.
“Ele vai matar o gato!” gritou a
avó. ‘Tira esse negócio daí!” Falou – de novo – a babá.
Mas, aí o menino explicou: “A bomba já explodiu, gente. Lá no colégio’.
“Esse menino é maluquinho!” Falou o
pai, aliviado.
E foi conferir o boletim. Esse susto não era nada. Tinha outros, que ele pregava.
Às vezes Sem qualquer ordem do papai e da mamãe Se trancava
lá no quarto
E estudava e estudava E voltava do colégio Com as provas terminadas
Tinha dez no boletim Que não
acabava mais.”
Fragmento de O menino Maluquinho,
Ziraldo, Melhoramentos, RJ, 1980.
P.s: para o Lula (Luiz Antônio)
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