
“E alguém está de pé e
deslumbrado naquela pompa. E de tal modo que aguarda o despertar. Pois só
dormindo se contempla tal magnificência e tal festim com tais mulheres: o menor
de seus gestos é uma prega caindo em brocado. Constroem horas com suas
argentinas práticas e de vez em quando levantam as mãos assim – e pensarás que
colhem num lugar que não atinges, suaves rosas que não vês. E então sonhas: adornar-te
com elas, ser feliz de outro modo, e merecer uma coroa para a tua fronte, que está
nua.”
In A canção de amor e de morte do Porta-Estandarte
Cristóvão Rilke, tradução de Cecília Meireles, Editora Globo, RJ, 2015.

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