
(RILKE POR ROBSON VILALBA)
“Alguém fala de sua mãe. Um alemão,
sem dúvida. Alto e devagar pousa as suas palavras. Como uma menina que amarra
flores – pensativamente ensaia uma flor, outra flor, e ainda não sabe como será
o conjunto – assim ele dispõe suas palavras. Por alegria? Por tristeza? Todos escutam.
Até param de cuspir. Pois são corretos senhores, que sabem o que convém. E quem,
na assembléia não sabe alemão, entende-o, de repente, sente as palavras
destacadas: ‘De noite’... ‘Era pequeno... ’.”
In A canção de amor e de morte do
Porta-Estandarte Cristóvão Rilke, tradução de Cecília Meireles, Editora Globo,
RJ, 2015.

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