Frankenstein
A mão assassina –
Costurada em meu braço.
O pé desertor –
Colchetado em minha perna.
O olho dissimulado –
Arrolhado em minha face.
A língua aviltante –
Encaixada em minha boca.
A genitália prostituta –
Afixada em minhas virilhas.
O cérebro maquiavélico –
encarcerado em meu crânio.
Todos nós, retalhos de cada um.
In Os vaga-lumes desaparecem, José Narciso Bedran, Scriptum,
BH, 2015.

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